A AMA oferece assistência educacional e terapêutica individualizada de forma 100% gratuita a crianças, jovens e adultos com autismo dentro de todos os níveis de suporte, encaminhados pela Secretaria da Saúde, no caso de crianças até 6 anos de idade, ou pelas Secretarias da Saúde e da Educação, no caso de crianças com idade superior aos 6 anos, jovens e adultos. A intervenção da AMA para cada assistido é feita através do Sistema Educacional e Terapêutico da AMA, o SETA, desenvolvido, ao longo dos anos, pelo Centro de Conhecimento da AMA e baseado no método TEACCH – Treatment and Education for Autistic and related Communication handicapped Children e no ABA Applied Behavior Analisis, ambos desenvolvidos em importantes centros de pesquisa dos EUA.
Conheça em detalhes o trabalho da AMA
A AMA oferece atualmente atendimento especializado de saúde e educação, 100% gratuito a aproximadamente 300 crianças, jovens e adultos com autismo, sem distinção de raça, classe social e orientação política ou religiosa, através do SETA, Sistema Educacional e Terapêutico da AMA.
O SETA foi desenvolvido durante vários anos, através da formação obtida ao longo de mais de 40 anos de experiência, através de visitas, cursos, palestras e assessoria de renomados especialistas em métodos baseados em ciência e no conhecimento do autismo.
Como pilares neste processo de formação e desenvolvimento, podemos citar a visita a renomadas instituições de autismo da Europa e Estados Unidos em 1988; o convênio, mantido entre 2000 e 2009, com o governo sueco que permitiu um rico intercâmbio técnico e científico durante estes 10 anos, com visitas nossas a instituições suecas e visitas de especialistas suecos a nossa instituição; a parceria mantida por mais de 10 anos com o NECC New England Center for Children, uma das instituições de autismo mais renomadas dos EUA e por 21 importantes eventos científicos, entre eles, alguns congressos nacionais e um congresso mundial, com a participação dos mais reconhecidos pesquisadores do autismo, como Eric Schopler, Christopher Gillberg e Francesca Happé.
1. SETA – Sistema Educacional e Terapêutico da AMA:
O SETA é dividido em 6 Níveis – Preparatório (P), Inicial (0), 1, 2, 3, e 4.
Os Níveis do Preparatório ao 1 são níveis terapêuticos que poderiam ser comparados com a pré-escola, ou seja, são níveis que têm o objetivo de desenvolver as competências necessárias para capacitá-la a aprender.
A diferença em relação a uma pré-escola regular, é que o aluno sem autismo aprende através de mecanismos diversos, entre eles, tentativa e erro, explicações do professor ou demonstrações a serem imitadas.
Ocorre que a pessoa com autismo, criança, jovem ou adulto, pode recorrer ao processo de tentativa e erro, e aprender com o erro. Por ter déficits de comunicação, pode não compreender parcial ou totalmente as explicações e por não ter a habilidade de imitar, pode não auferir nenhum benefício do ensino baseado em demonstrações.
Por isso, até atingir o final do Nível 1, todo o sistema trabalha na direção de desenvolver no assistido as habilidades básicas para o aprendizado.
Como o assistido, através do processo de tentativa e erro, pode aprender com o erro, a AMA adotou uma técnica do ABA – Applied Behavior Analisys, em português, Análise Aplicada do Comportamento, denominada “Aprendizado sem Erro” que consiste no ensino através do apoio físico, conduzindo fisicamente o assistido no desempenho da tarefa a ser aprendida e retirando gradualmente o apoio até obter a constatação de que o assistido aprendeu a habilidade e é capaz de desempenhá-la, de forma totalmente independente.
No Nível Preparatório e Inicial, nos concentramos no desenvolvimento das habilidades básicas de sentar-se frente ao instrutor controlando as próprias mãos e a postura corporal, da melhor forma possível.
Os objetivos contemplados no Nível 1 visam desenvolver as habilidades básicas necessárias para a inserção social e para a abertura das portas do aprendizado, que são: (1) a comunicação, iniciando pela compreensão da linguagem e seguindo com o desenvolvimento da verbalização; (2) as habilidades de imitação para possibilitar o aprendizado através da demonstração; (3) as habilidades de coordenação motora fina, ou seja, o desenvolvimento do controle do uso das mãos; e (4) as habilidades pré-acadêmicas, como o emparelhamento e classificação que são as ferramentas necessárias para a aquisição da leitura, da escrita, da matemática e da própria linguagem.
As atividades terapêuticas e educacionais são desenvolvidas através de programas do ABA, utilizando, além da técnica do “aprendizado sem erro”, todos os recursos agregados em nossos mais de 40 anos de investimento intensivo em nosso próprio aprendizado, como o Método TEACCH – Treatment and Education of Autistic and Correlated Communication Handicapped Children, desenvolvido na década de 1960 no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, para ser aplicado em Salas Especiais para alunos com autismo de Escolas Públicas Regulares nos EUA.
2. A Grade Curricular:
A partir das bases do TEACCH, desenvolvemos uma Grade Curricular, contemplando todas as áreas trabalhadas em cada um dos Níveis, iniciando cada área com objetivos muito simples e avançando em pequenos passos, orientados na mesma direção do desenvolvimento humano.
A Grade da AMA inclui, da mesma forma, objetivos da sala de atendimento e de cada um dos especialistas como fonoaudiólogo, psicólogo e fisioterapeuta, o que permite que a saída de um profissional, independentemente de sua área de atuação, não represente alteração nos objetivos dos assistidos ou interrupção do trabalho que estava sendo desenvolvido pelo profissional que deixou a instituição.
Cada um dos objetivos da Grade é comunicado a cada assistido individualmente, através de programas de ensino, dentro da técnica de “aprendizado sem erro” do ABA e utilizando recursos do TEACCH, como a organização e estruturação visual dos materiais necessários para a realização da atividade e a forma clara de dar as instruções, enfatizando os movimentos necessários para a pronúncia de cada sílaba, de forma a potencializar a efetividade da operação de ensino.
Cada criança encaminhada à AMA é avaliada através das Linhas de Base dos programas do ABA, desde os primeiros objetivos da Grade Curricular, até constatar em qual dos níveis terapêuticos e de aprendizado, preparatório, inicial, 1, 2, 3 ou 4, o candidato poderá ser incluído.
A organização do trabalho é baseada no modelo do TEACCH, sendo que 4 profissionais atuam, dentro de um rodízio pré-estabelecido, com até 6 assistidos. O espaço conta com 2 mesas de aprendizado, nas quais 2 assistidos são atendidos individualmente por 2 profissionais, uma mesa de grupo, onde 2 assistidos disputam jogos anteriormente aprendidos individualmente, com a supervisão de um profissional, e o espaço de descanso, no qual um profissional pratica com dois assistidos atividades com a finalidade de relaxar e recompor energias para a volta à mesa de aprendizado individual.
Esta organização permanece até o Nível 3.
Ao chegar ao Nível 2, o assistido é introduzido ao aprendizado de leitura, escrita e matemática, através de fundamentos do Método Montessori e, no Nível 3, os assistidos são introduzidos no ensino fundamental.
É importante considerar que a quase totalidade das crianças com autismo apresentam problemas de comportamento que dificultam e até mesmo podem impedir o seu aprendizado, atuando de forma a inibir consideravelmente a sociabilização do assistido e dificultando o convívio familiar. Por isso, é mandatório que ao mesmo tempo em que nos dedicamos intensamente à evolução do aprendizado de novas habilidades, façamos o mesmo em relação à adequação do comportamento.
3. PETI – Plano Educacional e Terapêutico Individualizado:
O PETI é o plano elaborado para cada assistido e que contém os objetivos traçados para ele no semestre. O PETI tem um número de objetivos de aquisição variável, conforme o Nível do assistido e além dos objetivos trabalhados em sala de atendimento ele também inclui objetivos de Atividade Física, Comunicação Funcional, Brincadeiras e Jogos, Fisioterapia e Psicomotricidade e um objetivo de redução, ou seja, de adequação de um comportamento que represente risco físico, em alguns casos extremos, risco de morte ao assistido ou terceiros, risco ao patrimônio ou prejuízo ou impedimento do aprendizado.
A seleção do comportamento alvo, inclui as seguintes etapas – (1) Elaboração de uma linha de base de 3 dias, na qual anotamos todos os comportamentos emitidos pelo assistido que possam ser enquadrados na categoria de comportamento alvo. O comportamento selecionado será o que apresentar maior pontuação, levando em conta a frequência do comportamento e o risco para o assistido ou para terceiros.
4. PTPC – Protocolo de Tratamento de Problemas de Comportamento:
Outra linha de base é elaborada em outros 3 dias: agora, somente do comportamento alvo e a média da frequência da emissão do comportamento nestes 3 dias servirá de comparativo na aferição da eficiência do protocolo de tratamento proposto durante o semestre.
O PTPC é elaborado a partir da análise da topografia do comportamento, ou seja, a parte visível do comportamento e a avaliação da função que o assistido dá àquele comportamento, como mando, ou seja, por dificuldades de comunicação, o comportamento tem a função de pedir atenção, pedir alguma coisa desejada ou simplesmente negar-se a desempenhar uma atividade, mas também pode ser um comportamento automático como o de bater-se no rosto sistemática, frequente e intensamente, mesmo quando sozinho.
O PTPC inclui a ideia de ensinar habilidades que possam substituir o comportamento, como as citadas anteriormente, reforçar o apoio ao assistido, levando em conta a função do comportamento e utilizar “Medidas de Segurança” predefinidas para interrupção da topografia e “Estimulações Funcionalmente Equivalentes” ou “Estimulações Concorrentes” para diminuir a emissão da topografia.
5. Sistema de Avaliação e Acompanhamento:
O avanço do aprendizado é acompanhado através de um sofisticado sistema de painéis, atualizado várias vezes por dia, com as informações em tempo real, sobre o que foi trabalhado naquele dia e o resultado obtido, comparando os avanços obtidos durante o tempo decorrido, com a meta de aquisição para o semestre. O mesmo ocorre em relação ao tratamento dos problemas de comportamento.